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Anônimo

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202192 min

Análise Psicanalítica e Saúde Mental em Anônimo

O filme explora temas como repressão, pulsão de morte e a crise da masculinidade contemporânea. Hutch representa o sujeito reprimido, que tenta se encaixar nos moldes da sociedade, mas esconde um lado instintivo que anseia por liberdade.

1. Hutch e a Repressão da Pulsão de Agressividade

Freud descreveu a repressão como um mecanismo pelo qual o sujeito esconde impulsos inaceitáveis no inconsciente. No início do filme, Hutch parece um homem derrotado, vivendo uma rotina burocrática e sem emoção. Sua agressividade foi completamente reprimida, e isso o torna um homem invisível, sem presença ou potência simbólica.

A psicanálise nos ensina que impulsos reprimidos sempre retornam – e, no caso de Hutch, esse retorno ocorre de maneira explosiva. Quando ele decide agir com violência, sua identidade reprimida vem à tona, e ele finalmente sente-se vivo novamente.

2. A Pulsão de Morte e o Gozo da Violência

Freud introduziu o conceito de pulsão de morte (Thanatos), um impulso inconsciente que leva o sujeito à destruição e ao risco. Hutch, ao retomar sua identidade violenta, experimenta um gozo (no sentido lacaniano) na destruição e no confronto.

Esse prazer na violência sugere que ele não apenas aceita sua agressividade reprimida, mas a abraça como parte essencial de sua identidade. Ele não luta apenas por vingança ou para proteger sua família – ele luta porque precisa desse confronto para se sentir real.

3. A Crise da Masculinidade e a Recuperação do Lugar do Pai

No início do filme, Hutch é visto como fraco e impotente – sua esposa parece distante, seu filho não o respeita, e ele se sente inferior a figuras masculinas mais dominantes. Isso reflete a crise da masculinidade contemporânea, na qual o homem, ao se afastar dos modelos tradicionais de virilidade, sente-se deslocado e sem identidade.

Ao recuperar sua violência, Hutch também recupera sua posição de pater familias – sua esposa volta a olhá-lo com desejo, seu filho passa a respeitá-lo, e ele reassume seu papel como protetor e provedor. Esse arco narrativo pode ser lido como uma tentativa de restaurar um ideal masculino arcaico, onde força e violência são sinônimos de poder.


Conclusão

Anônimo é um filme que, sob uma leitura psicanalítica, trata da repressão da agressividade e do desejo inconsciente de retorno à brutalidade como forma de reafirmação do self. Ele mostra como a violência pode ser um canal de identidade e gozo, mas também levanta questões sobre a necessidade de modelos masculinos mai

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