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Despedida em Las Vegas

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1995111 min

Análise Psicanalítica e da Saúde Mental

O filme é uma imersão no abismo do alcoolismo e da autodestruição, explorando os limites entre o desejo de viver e a rendição ao sofrimento. Ben não apenas bebe compulsivamente; ele bebe como um ato de suicídio prolongado. A psicanálise interpreta esse comportamento como um exemplo de pulsão de morte (Todestrieb), conceito freudiano que explica a tendência humana à autodestruição. Seu alcoolismo é a forma pela qual ele anula sua subjetividade, desconectando-se da dor psíquica que carrega.

Sera, por outro lado, é uma personagem igualmente dilacerada. Como prostituta, ela internaliza sua condição de objeto para os outros, demonstrando uma espécie de resignação com a própria dor. Sua relação com Ben se baseia na aceitação incondicional: ele não a julga por sua profissão, e ela não tenta impedir seu suicídio alcoólico. Isso revela um paradoxo emocional: um amor que não busca salvar, apenas existir no meio do caos.

A relação entre os dois ilustra a dinâmica de codependência emocional, um fenômeno comum em relações marcadas por traumas e transtornos psicológicos. Enquanto Ben se entrega à bebida sem resistência, Sera se entrega a ele, como se sua presença validasse sua existência. Ambos estão presos em padrões autodestrutivos, incapazes de escapar.

“Despedida em Las Vegas” é um retrato cru da depressão, da dependência química e do abandono emocional. O filme não tenta oferecer uma redenção ou um final otimista, o que o torna ainda mais perturbador e realista. Ele nos confronta com a fragilidade da psique humana e com a dolorosa verdade de que, às vezes, amar alguém significa apenas acompanhá-lo até o fim da linha.

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